"Eu adoro filmes. Mas na telona é outra coisa, ne?" Sem dúvida. Com 64 anos, Dona Cleonice é espectadora do Cinema no Rio desde as primeiras edições. E adora. "O projeto é muito interessante porque aqui na região não tem cinema e as pessoas não têm acesso a esse tipo de atividade. Eu sempre trago o meu netinho de quatro anos e ele adora."
Dona Cleonice e seu netinho, Benjamin Sebastian, de 4 anos, estavam nas primeiras filas da sessão de abertura da 8ª edição do projeto, que aconteceu em Pirapora no dia 29 de agosto (quinta-feira). O evento contou com o curta-metragem O fim do recreio e os longas Rio e Girimunho. Antes dessas produções, foi exibido o documentário da cidade, que dessa vez abordou a relação dos ribeirinhos com o rio São Francisco.
Uma das reflexões trazidas pelo filme foi a necessidade da revitalização do Velho Chico. "O rio já estreitou muito desde que eu comecei a morar aqui, em 93. Mas eu achei que alguns entrevistados foram muito pessimistas. A gente tem que acreditar que o rio pode ser revitalizado", defende Marcos Ferrer, 57 anos. E completa: "o filme foi muito importante para mostrar como não podemos virar as costas para o Rio. Essas produções servem para valorizar a história da gente, que as vezes nem a gente conhece."
Foto: André Fossati
Dona Cleonice e seu netinho, Benjamin Sebastian, de 4 anos, estavam nas primeiras filas da sessão de abertura da 8ª edição do projeto, que aconteceu em Pirapora no dia 29 de agosto (quinta-feira). O evento contou com o curta-metragem O fim do recreio e os longas Rio e Girimunho. Antes dessas produções, foi exibido o documentário da cidade, que dessa vez abordou a relação dos ribeirinhos com o rio São Francisco.
Uma das reflexões trazidas pelo filme foi a necessidade da revitalização do Velho Chico. "O rio já estreitou muito desde que eu comecei a morar aqui, em 93. Mas eu achei que alguns entrevistados foram muito pessimistas. A gente tem que acreditar que o rio pode ser revitalizado", defende Marcos Ferrer, 57 anos. E completa: "o filme foi muito importante para mostrar como não podemos virar as costas para o Rio. Essas produções servem para valorizar a história da gente, que as vezes nem a gente conhece."
Na altura de Pirapora, o generoso Velho Chico banha outra cidade, a bonita Buritizeiro. Apesar de o centro ser relativamente pequeno, o município tem mais de 7 mil km² e está cheio de distritos. Um deles é Paredão de Minas, um recanto verde eternizado por Guimarães Rosa, nas páginas do livro Grande Sertão: Veredas.
Esse foi o tema do documentário exibido pelo projeto Cinema no Rio, em Buritizeiro, no dia 30 de agosto. Iolanda Santos, 28 anos, se emocionou com o que viu na telona. "Ver um filme tão bonito dá muito orgulho da nossa cidade." A espectadora diz que nunca foi em um cinema, mas que já viu vários filmes porque sempre sai de casa quando o projeto chega na cidade. Buritizeiro contou com a programação dos curtas-metragens Dia Estrelado e L, e dos longas Rio e A cidade é uma só.
Um novo olhar para a fotografia
Enquanto parte da equipe trabalha para montar o cinema ao ar livre e garantir a exibição dos filmes durante a noite, os fotógrafos Luíza Palhares, Luiz Oliveira e Davi Guimarães administram a Oficina Lúdica de Fotografia. As oficinas são voltadas para um grupo de crianças e adolescentes que estudam em escolas públicas dos municípios pelos quais o projeto passa.
Foto: Luciano Lucas
Luíza conta que o objetivo da oficina é despertar o olhar dos jovens para um outro tipo de fotografia, algo que se aproxima à fotografia artística e ao fotojornalismo. "Algumas crianças já têm potencial. Um potencial estimulado também pela internet, pelo celular e também pelas máquinas fotográficas digitais", conta. As fotos das crianças são exibidas no telão antes dos filmes.
Por Camila Fróis e Juliana Afonso
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