A expectativa das crianças só não estava maior que fila da pipoca. Com a clássica exéctativa prévia do cinema, o público da sessão de Ponto Chique foi um dos mais entusiasmados desde o início da expedição. As gostosas gargalhadas alternadas com olhares apreensivos e aliviados no desenrolar das tramas que ocupavam a telona encheu a principal praça da cidade de burburinho. A luz da projeção iluminava os rostos de muitas crianças,casais, famílias completas, com direito a pai, mãe, avô e cachorro, além de moradores antigos, alguns ouvindo suas próprias histórias em um documentário gravado no município.
A cena lembra outros tempos, onde os espaços públicos faziam mais sentido. Antigamente, as praças costumavam ser o ponto de encontro mais nobre de qualquer vilarejo, comunidade ou cidade. Era onde acontecia a missa, os discursos políticos, os debates, as festas, os desfiles, os namoros, as brincadeiras de roda,os protestos, os encontros ao acaso, os passeios despretensiosos de fim de tarde. Era, enfim, onde a coletividade ganhava vida,mais do que isso, era onde a própria vida costumava acontecer.
Em nossa passagem apressada pelas pitorescas comunidades do São Francisco é curioso perceber que mesmo em pequenos vilarejos do interior mineiro, os espaços públicos têm ficado cada dia mais esvaziados. Talvez porque seja mais fácil se encontrar na frente da tv ou bater papo na internet. Talvez seja a tal da correria da modernidade que não respeita nem o ritmo sereno do Velho Chico.
Durante as sessões do Cinema no Rio, ver a praça das cidades repletas de encontros, ao som das risadas das crianças correndo por todos os lados tem um gosto que vai além do gosto de ver a sétima arte se espalhando.Na verdade, a telona vira um pretexto para voltarmos para as praças, cumprimentar os conterrâneos, perguntar como vai a vida, sentir o cheiro da pipoca, ouvir as histórias de assombração dos mais velhos,flertar e conversar com os vendedores de balõescoloridos, sem pressa para voltar para assistir a novela. Até porque é inútil forçar os ritmos da vida. É tempo de aprender a dar o devido tempo às coisas.
Foto: André Fossati
A cena lembra outros tempos, onde os espaços públicos faziam mais sentido. Antigamente, as praças costumavam ser o ponto de encontro mais nobre de qualquer vilarejo, comunidade ou cidade. Era onde acontecia a missa, os discursos políticos, os debates, as festas, os desfiles, os namoros, as brincadeiras de roda,os protestos, os encontros ao acaso, os passeios despretensiosos de fim de tarde. Era, enfim, onde a coletividade ganhava vida,mais do que isso, era onde a própria vida costumava acontecer.
Em nossa passagem apressada pelas pitorescas comunidades do São Francisco é curioso perceber que mesmo em pequenos vilarejos do interior mineiro, os espaços públicos têm ficado cada dia mais esvaziados. Talvez porque seja mais fácil se encontrar na frente da tv ou bater papo na internet. Talvez seja a tal da correria da modernidade que não respeita nem o ritmo sereno do Velho Chico.
Foto: André Fossati
Durante as sessões do Cinema no Rio, ver a praça das cidades repletas de encontros, ao som das risadas das crianças correndo por todos os lados tem um gosto que vai além do gosto de ver a sétima arte se espalhando.Na verdade, a telona vira um pretexto para voltarmos para as praças, cumprimentar os conterrâneos, perguntar como vai a vida, sentir o cheiro da pipoca, ouvir as histórias de assombração dos mais velhos,flertar e conversar com os vendedores de balõescoloridos, sem pressa para voltar para assistir a novela. Até porque é inútil forçar os ritmos da vida. É tempo de aprender a dar o devido tempo às coisas.
Por Camila Fróis
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